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Motorista de ônibus envolvido em acidente com 10 mortos diz à polícia que estava descansado e que veículo apresentou falha mecânica

Tragédia com ônibus de excursão religiosa deixou 10 mortos e mais de 40 feridos em Itapetininga (SP), na madrugada do dia 5 de julho. Motorista do veículo prestou depoimento nesta quinta-feira (11)

Ônibus bateu em pilastra na SP 127 em Itapetininga (SP) — Foto: Mike Adas/TV TEM

O motorista do ônibus envolvido no grave acidente que matou dez pessoas na Rodovia Francisco da Silva Pontes (SP-127) em Itapetininga (SP), disse, em depoimento à polícia, ontem, quinta-feira (11), que estava descansado para a viagem e que o veículo apresentou falha mecânica.

O delegado assistente da Seccional de Itapetininga, Luís Henrique Nunes, informou à TV TEM que o motorista foi ouvido na delegacia de Itapeva (SP), onde afirmou que tem mais de 40 anos de experiência em viagens do tipo e que estava acostumado com o trajeto de Itapeva a Aparecida (SP), além de ter se preparado para a viagem.

Ainda conforme Nunes, foi após passar por uma balança que estava em um trecho da viagem, que o motorista alegou ter sentido um problema no volante.

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“O ônibus teria dado uma guinada, ele não conseguiu acertar a condição do ônibus, e acabou causando o acidente porque justamente ele não conseguiu acertar. Então, ele atribui tudo a um problema mecânico do ônibus”, explica o delegado assistente.

“Ele foi questionado sobre a questão do acionamento dos freios e ele falou que ele fez, sim, o uso dos freios, e acredita que não tenha marcas na rodovia dos freios pelo sistema ser ABS, mas ele foi questionado também sobre os freios e disse que fez uso e que, logo após ele perder o controle, o ônibus caiu na vala e aí ficou bem mais difícil de realizar o controle, sendo, na visão dele, inevitável a produção do acidente”, completou.

Acidente com ônibus em rodovia de Itapetininga deixou 10 mortos — Foto: Mike Adas/TV TEM

O acidente ocorreu na madrugada do dia 5 de julho e deixou mais de 40 pessoas feridas. O último paciente que continuava internado, um menino de um ano e 11 meses, recebeu alta médica nesta quinta-feira. A mãe dele morreu no acidente.

Já o pai, que também estava no ônibus e se machucou, ficou internado no Hospital Léo Orsi Bernardes (HLOB), em Itapetininga, e, quando recebeu alta, viajou a Sorocaba para acompanhar o filho no CHS.

Investigação

No dia da tragédia, o motorista do ônibus, que estava habilitado para dirigir este tipo de veículo, foi submetido ao teste do bafômetro que deu negativo para ingestão de álcool. Além disso, os investigadores aguardam o resultado do exame toxicológico que ele fez.

Segundo a Polícia Civil, as primeiras informações apontam que o volante do ônibus teria travado, o que teria feito o veículo sair da pista e bater contra um viaduto.

Um inquérito foi aberto pelo 2º Distrito Policial de Itapetininga, que espera os laudos da perícia técnica para dar andamento à investigação. A previsão é que eles fiquem prontos em até 30 dias.

Alguns passageiros do ônibus já prestaram depoimento na delegacia no dia do acidente. Uma perícia em 3D também foi feita para mapear e reproduzir o que aconteceu.

O ônibus, que pertence à empresa de fretamento Onix Turismo, saiu da cidade de Itapeva (SP) e tinha como destino Aparecida (SP). Na excursão religiosa havia 55 pessoas. Destas, 10 morreram e mais de 40 ficaram feridas.

Veja quem são as vítimas:

Vítimas (da esquerda para a direita): Moacir, Gilmar, Gilberto, Valdira e Tiago, Vanessa, Jeciele, Yolanda, José Carlos e Edna — Foto: Reprodução/Redes sociais
  • Moacir Ferreira de Moraes, de 73 anos;
  • Gilmar de Jesus Moraes, de 48 anos, trabalhador rural (filho de Moacir Moraes);
  • Gilberto Moraes, de 42 anos (filho de Moacir Moraes);
  • Valdira de Souza Moraes (esposa de Gilmar);
  • Vanessa Souza Moraes, de 37 anos (esposa de Gilberto Moraes);
  • Tiago de Souza Moraes, de seis anos (filho de Gilberto e Vanessa Moraes);
  • Yolanda Maria de Oliveira, de 28 anos (esposa do neto de Moacir Moraes);
  • José Carlos Bento;
  • Edna Carvalho da Silva Bento (esposa de José Carlos);
  • Jeciele Rodrigues Rosa, 24 anos.

Por telefone, a Onix Turismo informou que o grupo costumava fazer a mesma viagem todos os anos e que todos se conheciam. Nas redes sociais, a empresa manifestou pesar pelo ocorrido e informou que presta apoio aos afetados pelo acidente.

Despedida

As vítimas do acidente foram veladas e sepultadas no dia 6 de julho, em três cidades diferentes.

Em Ribeirão Branco, no bairro Palmerinha, foram velados seis integrantes da mesma família: Moacir Ferreira de Moraes, Valdira de Souza Moraes, Gilmar de Jesus Moraes, Gilberto Moraes, Vanessa Souza Moraes e Tiago de Souza Moraes.

José Carlos Bento e a esposa Edna Carvalho da Silva Bento foram velados em Itapeva, na sala do Prever. O casal foi sepultado no cemitério da cidade.

Jeciele Rodrigues Rosa foi velada na Igreja Unidades de Itapeva, no Jardim Bonfiglioli, e sepultada no cemitério do município.

Yolanda Maria de Oliveira foi velada no Velório Central, na Sala Hortênsia, em Sorocaba. Em seguida, ela foi sepultada no Cemitério Santo Antonio, na zona oeste da cidade. (Por g1 Itapetininga e Região)

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