Artistas de Capão Bonito (SP) produzem peças da cultura nerd com massa biscuit e impressora 3D
Do trabalho manual à modelagem computadorizada, artistas de Capão Bonito, no interior de São Paulo, encontraram na produção de bonecos da cultura pop a oportunidade de gerar renda.
Apesar de distintas, ambas as técnicas permitem que os artistas explorem a criatividade. Ao g1, a artesã Paula Mendes, de 36 anos, especialista na confecção de bonecos, conta que trabalho manual feito com biscuit é rico em detalhes, além de ter um “pedacinho” da personalidade de cada artista.
Já o empresário Irmo Sonvesso, de 29 anos, se especializou em modelagem em três dimensões. Todos os bonecos são desenhados em um computador, que “ganham vida” em uma impressora 3D. As peças são feitas em mais de uma máquina o que agiliza a produção de dragões, personagens de anime, itens inspirados em seriados, troféus e até mesmo peças de xadrez.
Juntos, os artistas que são amigos, realizam eventos e produzem peças em parceria. Em outubro, eles realizarão a segunda edição do evento NerdUp, no Café Bar Bitaca, em Capão Bonito, que deve reunir o público nerd do município e região para diversas atividades e uma feira de artesanato.
Trabalho manual
Paula vive do artesanato com a loja Três Vassouras. Segundo ela, as peças em massa biscuit inicialmente eram feitas como um hobby, porém, as demandas começaram a aumentar e ela decidiu se dedicar totalmente à arte.
“A vantagem do trabalho manual é você colocar sentimento naquela peça, ainda mais quando é de algum assunto que a gente gosta. Eu sempre gostei de cultura pop e fui meio nerd, então o biscuit acabou me ajudando a produzir os personagens que eu sempre quis ter em casa”, conta a artesã.
Além dos bonecos, a artista já confeccionou diferentes itens como taças, chaveiros, dioramas e até mesmo uma miniatura da Câmara Secreta – cenário fictício da saga Harry Potter – que possui iluminação interna para decoração.
Trabalho digital
Irmo, da Oficina Pop frame, conta que o processo de criação digital é prático e preciso.
“Ao invés de literalmente colocar a mão na massa, a gente coloca a mão no mouse e no teclado e faz ali na tela. Uma das vantagens é a questão de tempo para produzir as peças, mas também vai variar de acordo com a complexidade dela”, explica.
A produção em 3D utiliza filamentos que, em algumas horas – em alguns casos, até semanas -, dão estrutura às peças.
Irmo ressalta que o trabalho digital, além de ser sua principal fonte de renda, o ajuda a passar tempo com os filhos, uma vez que a casa dele fica aos fundos da oficina, onde pode deixar uma peça sendo impressa e aproveitar o tempo livre com a família. (Por Beatriz Pereira*, g1 Itapetininga e Região)
*Colaborou sob a supervisão de Matheus Arruda