Publicado desde 1969
Fundado por José Carlos Tallarico

O encanto da vida sob olhar de Mãe

O silêncio quer ouvir a sua voz em suave melodia e sublime afeição. O encanto da vida sob seus olhares. Os versos se fazem em lágrimas e germina a semente do amor. E a vida se faz na vivência e na convivência com o todo, num misto de ternura e solidariedade. O tempo quer eternizar a beleza da natureza sob o olhar de Mãe. Glorifica o enlace primordial, o amor umbilical, tudo em um terno encanto de sensibilidade que alimenta e nutre a vida em todos os seus momentos.

A ternura envolve todo o ser que se faz presença na imagem esculpida na face do infinito. O nome de Mãe e o balbuciar do silêncio num eco poético entre as rimas da vida. No alto da montanha entre mares e florestas, floresce o jardim de sentimentos. As flores que acolhe e alimenta com a sua essência o ser que habita o coração de Mãe.

O céu, a terra e um pouquinho de cada um que aos poucos constrói-se. A linha tênue da vida. O caminho reto e as curvas desse mesmo caminho que levam ao outro lado de si mesmo. A vida transpira, o amor respira e tudo que compõe o todo de alguma forma inspira os próximos passos na certeza de um novo caminhar.

Imagem

A chuva que molha a terra, a semente que germina, momentos depois, o fruto, o alimento da vida.

O amor que transborda as bordas da profundidade, e enche os rios de nossas vidas para saciar a sede da existência. A linha do horizonte desenha o infinito entre sonhos e utopias; tudo em si transpira e inspira profundos sentimentos.

A efemeridade e o tempo sentado na beira do caminho contemplando toda a beleza num hiato de ternura e eternidade. O amor como um ato de amar. O amor como gratuidade transpassa a profundidade de si mesmo. O efêmero e o perene e a singularidade do amor maternal.

O encanto dos dias, os momentos com a cumplicidade dos instantes. Todos os dias são seus. Todos os momentos, todos os instantes e toda a beleza que compõe cada amanhecer. São todos os dias com a leveza de cada momento que afaga as faces com simplicidade e sublimidade.

São todos os dias de sol ou de chuva de noite de luar e de estrelas com os seus reluzentes brilhos. São todos os dias refletido em seu olhar. O encanto no sorriso dizendo para que a vida seja plena. É o sorriso da vida, é o sorriso de mãe. Mãe, suaves manhãs, flor de qualquer jardim, brilho de todos os olhares. Serena, suave, sublime, todos os momentos na completude e na perfeita harmonia de todos os amanheceres.

Somente o olhar de Mãe, o olhar que tudo vê. O olhar que enxerga mesmo no escuro do ser, e sente o sabor de uma lágrima escondida na solidão de um olhar. Mesmo que o vento leve, o tempo jamais esquecerá a face de Mãe em uma noite de luar. São os versos de uma lágrima na poesia do olhar.

Muitas vezes suas lágrimas são de alegria, outras vezes a tristeza faz chorar. Afague a sua face e acaricia em seus braços. Abrace os momentos e delicie os doces instantes de sua presença.

Em outros dias, mesmo em tempos difíceis ou nas incompreensões, nas nossas humanas incompreensões. A imperfeita perfeição nos olhares afetuosos, o olhar de Mãe. Mãe, carrega-me em seus braços, preciso de colo e do calor dos seus abraços. Mãe, caminha comigo, mesmo sabendo caminhar, ainda preciso de suas mãos seguras.

As noites são escuras, ilumina-me e clareia o meu caminhar. Mãe, nem todos os dias amanhece, amanhece em meu dia e seja em mim o meu porto seguro. O seu caminhar fez e solidificou o meu caminhar. Caminho entre palavras, protegido por belas frases e sublimes versos.

Mãe, eu sei, eu entendo e compreendo, o tempo passou, os seus passos perderam forças, o seu caminhar já não é mais o mesmo. Isso não importa, o tempo é sábio e coroou de sabedoria.

Nossas contradições, humanas contradições. Somos plenos e sedentos de nós. Somos plenos e embevecidos em seu sublime amor. As nossas condições humanas, o nosso humano ser se concretiza no sagrado e no divino ser de mãe.

O mundo em seu vale de lágrimas.

A dor de mãe e a crueldade do nosso tempo. As feridas dos nossos dias e as dores dos momentos em um instante de suavidade moldado em ternura nas faces de Mãe. Uma história, uma crônica, um conto e um verso na profundidade de uma poesia. São corações envolvidos em êxtase, nutrido pela mais pura essência que perfaz e subtrai de si toda a pureza da face feminina de Deus que transfigura nas faces sublime de Mãe.

E assim, cada palavra, cada sentimento, cada imagem tecida nesta ode à maternidade, se entrelaça numa aquarela de cores únicas, um tributo à força, ao amor e à beleza que reside no coração materno. Cada linha, cada verso é um hino à eternidade do vínculo entre mãe e filho, um testemunho da luz que uma mãe irradia, mesmo nos dias mais tristes. Porque no final, é o amor de Mãe que ilumina os nossos dias e nos guia para casa, mesmo quando estamos perdidos no labirinto da vida.

Luiz Carlos de Proença, Conselheiro Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Capão Bonito/SP. Integrante do Projeto essência – Capão Bonito/SP, Autor de 6 livros, entre eles o mais recente – O abraço do tempo

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